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Capítulo II
Estratégias Acadêmicas
O professor é a pessoa mais importante no processo de
aprendizagem do aluno. Como educadores devemos nos
conscientizar disso e procurar obter uma melhor compreensão de
como o aprendizado efetivamente ocorre.
No sentido de traçarmos uma linha de ação efetiva,
vamos combinar alguns pontos que possam facilitar nossa
comunicação.
Em primeiro lugar, vamos definir que o
comportamento é tudo o que as pessoas fazem, isto é, comer,
correr, escrever, falar, morder, desenhar, dormir, cantar, bater,
se machucar, enfim tudo que a gente vê e também o que a gente
não vê como, pensar, contar, sentir, compreender; nesses casos,
chamamos de comportamentos encobertos. O comportamento
deve ser entendido como produto da tríplice contingência, ou seja,
ele é mantido e modelado pelas consequências que produz.
O
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indivíduo se comporta, esse comportamento produz
consequências e a depender das consequências produzidas o
comportamento poderá ou não ocorrer no futuro. O evento
antecedente é a situação que sinaliza para o indivíduo que se ele
se comportar de determinada maneira produzirá uma
consequência específica.
Para ensinar, manter ou modificar comportamentos
precisamos olhar para as consequências que eles produzem no
ambiente. Isso é muito importante porque todo comportamento é
controlado pelas consequências que produz.
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Chamaremos essas consequências de reforçadores.
Os
reforçadores têm duas características que os definem:
- Em primeiro lugar, o reforçador deve seguir imediatamente a
ação, isto é, ele ocorre logo depois que o comportamento é
emitido.
- Em 2º lugar, o reforçador tem o efeito de fazer com que essa
ação ocorra com maior frequência.
Precisamos insistir um pouco nesse ponto. Muitas vezes,
pais e professores dão atenção a seus filhos e alunos apenas
quando eles estão causando problemas. Sua atenção reforça o
comportamento errado e, reforçando comportamentos errados,
podemos criar crianças-problema, deixando nossa vida mais difícil.
Temos que pensar também que os reforçadores não são
pré-definidos.
Nós temos que descobri-los! Até hoje nenhum pai
ou professor descobriu um reforçador que funcione para todos os
filhos ou alunos. No entanto, nossa definição de reforçador com
duas partes (acontecem logo após a ação e aumentam a
frequência da ação) permite-nos identificar reforçadores
independentes de qualquer outra consideração. Simplesmente,
observamos se as consequências particulares identificadas
aumentam a probabilidade futura das ações que as precedem.
O que explicaria as birras frequentes de uma criança?
Primeiro devemos perguntar: O que acontece imediatamente
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depois da birra? Ao observarmos situações desse tipo podemos
descobrir que as birras frequentemente se encerram quando:
O brinquedo anteriormente retirado é devolvido para a
criança;
Quando a criança recebe permissão para fazer o que havia
sido proibido;
Simplesmente quando se obtém a atenção do pai ou do
professor.
Podemos nos perguntar se o brinquedo, a retirada da
proibição ou a atenção são reforçadores? São responsáveis pela
continuidade do comportamento da birra?
Uma maneira de descobrir é, por exemplo, dar essa
mesma atenção depois que a criança fizer outra coisa que não
seja a birra e observarmos se essa outra atividade fica mais
frequente. Suponha que déssemos o brinquedo ou a permissão
ou ainda simplesmente a atenção quando a criança estivesse
brincando com seus amiguinhos. Um comportamento aceitável
então substituiria a birra? Se a resposta for sim, teríamos
identificado um reforçador importante.
Os pais sabem alguma
coisa que agrada ou desagrada seus filhos. Esse tipo de
informação é útil para montarmos os nossos programas.
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Existem basicamente três tipos de consequências que
controlam os comportamentos: Reforçamento Positivo,
Reforçamento Negativo e Punição.
No Reforçamento Positivo o comportamento é seguido
pelo aparecimento de algo novo, que não estava lá antes do ato.
Algo que foi acrescentado. O acréscimo de algo torna mais
provável a ocorrência da ação que o produziu futuramente.
O professor pergunta para a classe quem respondeu à
pergunta de lição de casa. Alguns poucos alunos levantam a mão.
O professor dá a palavra a Luciana que lê em voz alta a sua
resposta. O professor agradece, fala para a turma que Luciana
respondeu corretamente, que seu texto estava muito bem
elaborado e que serviria de modelo para os demais alunos.
Notamos que, a partir de então, sempre que o professor fazia
uma pergunta para a turma ou pedia para que alguém contasse o
que havia feito em casa, Luciana levantava sua mão oferecendose
como voluntária.
Para ler a Cartilha completa acesse:
Fonte:http://autismo.institutopensi.org.br/wp-content/uploads/manuais/Cartilha-AR-Out-2013.pdf
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