quarta-feira, 29 de março de 2017

Desafios da Inclusão

Em debate: Os desafios da Inclusão escolar

Por: Jéssica Moreira
Centro de Referência em Educação Integral

Entrevista: Profa. Maria Teresa Mantoan - Unicamp

Com a colaboração de Ana Luiza Basílio
Para que a inclusão aconteça, a sociedade e a escola precisam reconhecer que todos são diferentes. Esta é a conclusão que chega a pedagoga e especialista em inclusão escolar pela Universidade de Campinas (Unicamp), Maria Teresa Mantoan, que defende a abertura da escola regular a todos os alunos, principalmente àqueles com algum tipo de deficiência.
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Maria Teresa Mantoan/ Unicamp
Para a professora, o Brasil vem avançando no que diz respeito às políticas de pessoas com deficiência, mas a escola ainda está baseada em moldes conservadores, que seleciona os alunos e trabalha apenas com os que atendem às suas expectativas. “Os maiores desafios que encontramos em uma instituição como a escola ou em uma sociedade que não avançou no sentido da inclusão, é repensar as suas próprias regras, o próprio modo de atuar a partir de práticas naturalmente excludentes, que consideram as diferenças em alguns e não em todos.”
Mantoan defende que o atendimento especializado não deve, de forma alguma, substituir o papel da escola na formação do indivíduo deficiente e que a saída seria uma parceria entre essas instituições e as escolas, de maneira a supri-los de um atendimento clínico, quando necessário.
Confira na íntegra!
Centro de Referências em Educação Integral: Nos últimos cinco anos, pelo menos, o Censo Escolar vem apontando um aumento de alunos com deficiência em escolas regulares. Além da inclusão, porém, é importante que haja equidade e que a escola garanta a permanência e aprendizado deste estudante. Diante deste contexto, a professora acredita que o Brasil vem avançando na inclusão qualificada destes estudantes?
Maria Teresa Mantoan: É evidente que em educação sempre temos muitos desafios porque é um trabalho que nós vamos construindo sempre, atualizando e aperfeiçoando. Entendo que a inclusão venceu muitos desafios considerados intransponíveis, até porque a nossa escola ainda é muito conservadora, que seleciona os alunos, trabalha com apenas aqueles que atendem as suas expectativas.
Independentemente da resistência das escolas e professores, os pais, as comunidades em si e muitas escolas já entenderam o que significa uma escola pra todos, inclusive o próprio sistema brasileiro de educação, que luta em função desse objetivo, para que todo mundo esteja na educação regular e que não haja criança fora dela porque esta foi encaminhada para uma instituição à margem, como as escolas especiais.

Acesse:
http://educacaointegral.org.br/reportagens/em-debate-os-desafios-da-inclusao-escolar/

Inclusão - Revista Nova Escola

5. Como formar redes de apoio à Educação inclusiva
Matheus Santana da Silva, aluno autista, com seu pai na biblioteca da escola. Foto: Marcelo Min
Matheus Santana da Silva, aluno autista, com seu pai na biblioteca da escola.
Os sistemas de apoio começam na própria escola, na equipe e na gestão escolar. O aluno com necessidades especiais não é visto como responsabilidade unicamente do professor, mas de todos os participantes do processo educacional. A direção e a coordenação pedagógica devem organizar momentos para que os professores possam manifestar suas dúvidas e angústias. Ao legitimar as necessidades dos docentes, a equipe gestora pode organizar espaços para o acompanhamento dos alunos; compartilhar entre a equipe os relatos das condições de aprendizagens, das situações da sala de aula e discutir estratégias ou possibilidades para o enfrentamento dos desafios. Essas ações produzem assuntos para estudo e pesquisa que colaboram para a formação continuada dos educadores.
A família compõe a rede de apoio como a instituição primeira e significativamente importante para a escolarização dos alunos. É a fonte de informações para o professor sobre as necessidades específicas da criança. É essencial que se estabeleça uma relação de confiança e cooperação entre a escola e a família, pois esse vínculo favorecerá o desenvolvimento da criança.
Profissionais da área de saúde que trabalham com o aluno, como fisioterapeutas, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos ou médicos, também compõem a rede. Esses profissionais poderão esclarecer as necessidades de crianças e jovens e sugerir, ao professor, alternativas para o atendimento dessas necessidades.
Na perspectiva da Educação inclusiva, os apoios centrais reúnem os serviços da Educação especial e o Atendimento Educacional Especializado (AEE). São esses os novos recursos que precisam ser incorporados à escola. O aluno tem direito de frequentar o AEE no período oposto às aulas. O sistema público tem organizado salas multifuncionais ou salas de apoio, na própria escola ou em instituições conveniadas, com o objetivo de oferecer recursos de acessibilidade e estratégias para eliminar as barreiras, favorecendo a plena participação social e o desenvolvimento da aprendizagem.
Art. 1º. Para a implementação do Decreto no 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos; Art. 2º. O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem; Parágrafo Único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na Educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. (CNB/CNE, 2009). 
Ainda que não apresente números consideráveis, a inclusão tem sido incorporada e revela ações que podem ser consideradas práticas para apoiar o professor. Ter um segundo professor na sala de aula, é um exemplo, seja presente durante todas as aulas ou em alguns momentos, nas mais diversas modalidades: intérprete, apoio, monitor ou auxiliar. Esse professor poderá possuir formação específica, básica ou poderá ser um estagiário. A participação do professor do AEE poderá ocorrer na elaboração do planejamento e no suporte quanto à compreensão das condições de aprendizagem dos alunos, como forma de auxiliar a equipe pedagógica.
Outra atividade evidenciada pela prática inclusiva para favorecer o educador é a adoção da práxis - no ensino, nas interações, no espaço e no tempo - que relacione os diferentes conteúdos às diversas atividades presentes no trabalho pedagógico. São esses procedimentos que irão promover aos alunos a possibilidade de reorganização do conhecimento, à medida que são respeitados os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem.
Vale ressaltar que a Educação inclusiva, como prática em construção, está em fase de implementação. São muitos os desafios a serem enfrentados, mas as iniciativas e as alternativas realizadas pelos educadores são fundamentais. As experiências, agora, centralizam os esforços para além da convivência, para as possibilidades de participação e de aprendizagem efetiva de todos os alunos.
Sobre a especialista
Daniela Alonso é educadora, consultora de projetos educacionais, selecionadora do Prêmio Educador Nota 10, psicopedagoga, especialista em Educação Inclusiva.

domingo, 12 de março de 2017

Artigo- Metodologias de Ensino - UFRB

METODOLOGIAS DE ENSINO PARA CRIANÇAS AUTISTAS: 
SUPERANDO LIMITAÇÕES EM BUSCA DA INCLUSÃO.



Adriano dos Santos – pmonge13@hotmail.com Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB PROPAE - Discente Bolsista

Márcia Bispo – marcinhabispo16@gmail.com Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB

Naiani Silva Pinheiro – nay_10.pinheiro@hotmail.com CAPES/PIBID – Discente Bolsista Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB

Tainá Oliveira Santana – tainaoliveira6@hotmail.com CAPES/PIBID – Discente Bolsista Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB



Introdução

O presente artigo é fruto de uma proposta de atividade avaliativa da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, do componente curricular Educação Especial, ministrada pela professora doutora Thereza Bastos, tendo como objetivo investigar as metodologias de ensino no auxílio dos processos de aprendizagem para crianças autistas. A formação docente perpassa por varias áreas do conhecimento e a educação especial é extremamente importante no currículo de um futuro educador já que ele terá experiências com diversos alunos em sala de aula, até mesmo alunos com necessidades especiais como os autistas, por exemplo, por isso é preciso conhecer este aluno, sua construção sócio histórica e o mais importante saber métodos de ensino para o ingresso educacional destes alunos. Ao se falar de autismo, os estudos realizados por Leo Kenner e Hans Asperger foram os primeiros na pesquisa sobre o assunto e puderam identificar também que este transtorno é mais comum em meninos, devido a fatores genéticos, embora não exista um único gene que determina o autismo. Na década de 60 devido à epidemia de rubéola, foram associados os fatores ambientais a crianças autistas, as mulheres que adquiriam a doença no período de gestação os fetos poderiam nascer com o transtorno, mas outros fatores ambientais também foram associados como o alcoolismo, substâncias abortivas, dentre outros. Abriu-se caminho para outros estudiosos que focaram em analisar de forma mais sistemática o autismo, percebendo problemas psicológicos em todos os indivíduos que apresentam o diagnostico de autismo, deterioração da interação social com os outros, comunicação verbal e não verbal e as atividades lúdicas e imaginativas. Essas expressões que são comuns para pessoas sem o transtorno, para pessoas com autismo são difíceis de serem construídas, devido à dificuldade de demonstrar sentimentos. Por muito tempo o diagnostico do autismo era relacionado com o nível de emoção das mães, no qual eram chamadas de mães geladeira pelo fato de muitos autistas não demostrarem emoção, então as mães eram as responsáveis por isso. Era um equivoco, sobre esse diagnostico Sacks (1995) fala sobre a autista Temple Grandin que vivenciou essa experiência quando criança, a própria Temple fala que ao contrário do que os médicos disseram, sua mãe era muito afetiva e demonstrava suas emoções para ela.



Fonte:
http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Trabalho_Comunicacao_oral_idinscrito_1695_ee8a90ab371b8e7be05bf467184f1ded.pdf

Alfabetização no Transtorno do Espectro Autista
(TEA)


Hoje começaremos nosso blog com um assunto bem polêmico!! Alfabetização no TEA, como acontece??
Bem em primeiro lugar temos que avaliar o nível cognitivo, psicopedagógico e funcional, pois cada quadro dentro do TEA é singular e deve ser tratado com particularidade.
Torna-se importante ver se dentro daquela pessoa com TEA a alfabetização é o aspecto mais importante!! Muitas vezes as atividades de habilidades sociais e de Atividade de Vida Diária (AVD) tornam-se mais importante do que a aquisição da leitura e escrita, principalmente em quadros mais graves do TEA. Lógico que uma decisão dessa deve sempre levar em conta uma avaliação multidisciplinar em conjunto com família e escola, tendo como objetivo uma melhor qualidade de vida para quem é a pessoa mais importante desta história: a pessoa com TEA!

Fonte:

Alfabetização de crianças com Autismo

Alfabetização de crianças com Autismo: instalando a função da leitura e da escrita e a compreensão e interpretação de textos

  
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No último artigo vimos algumas estratégias especiais de alfabetização de crianças com dificuldades de aprendizagem, estratégias estas que se baseiam na teoria da equivalência de estímulos. Dando continuidade a esta fase da aprendizagem acadêmica, veremos agora alguns procedimentos eficazes para instalar respostas de leitura e escrita mais refinadas em crianças com desenvolvimento atípico, particularmente, com autismo. Estas atividades visam treinar a função acadêmica e social da leitura e da escrita. 
As atividades aqui descritas não precisam, necessariamente, serem feitas após a alfabetização formal, algumas delas podem ser conduzidas paralelamente à alfabetização. 
A primeira preocupação do terapeuta analista do comportamento durante qualquer processo de ensino deve ser a generalização das habilidades ensinadas para contextos mais naturais, saindo do contexto artificial e especialmente preparado para a aprendizagem no qual se configura o setting terapêutico. Durante a alfabetização esta preocupação também deve permear todo o trabalho. 
Visando a generalização das palavras aprendidas na pré-alfabetização (tema do último artigo) e o treino da função da leitura e da escrita, o terapeuta pode produzir, junto com a criança, um livrinho com as palavras trabalhadas na pré-alfabetização. A criança deve completar cada página do livro já montado pelo terapeuta, como no exemplo abaixo. 
Depois de montar o livrinho todo, a criança pode ler a história para alguém. Neste momento, a criança tem a oportunidade de experimentar a principal função da leitura, afinal ela será capaz de ler algumas frases, já que estas são montadas com palavras-chave já treinadas. 
Com este mesmo livro produzido junto com a criança e, também, com outros livros simples (frases curtas; letra bastão grande; imagens claras; começo, meio e fim bem definidos; etc.), pode-se aplicar um conjunto de atividades que visam o treino de leitura e escrita; ampliação de interesses; aprofundamento do conteúdo de conversas e comentários; treino da atenção na leitura e no reconto do texto; compreensão e interpretação do texto. Abaixo descrevo estas atividades. 
Visando gerar interesse pela história e, com isso, motivação para as atividades que se seguem, a primeira atividade que deve ser feita é apresentar a história em vídeo (caso exista um filme sobre ela) ou em uma apresentação no Power Point com fotos de cada página do livro. O uso da mídia gera um interesse inicial maior do que se já começarmos direto com o livro. 
Em seguida, o terapeuta deve contar a história mostrando cada página do livro e garantindo que a criança preste atenção. Para isso, a história deve ser apresentada de maneira clara e breve, de preferência dividida em 4 ou 5 atos. O terapeuta deve estimular que a própria criança leia a história ou partes dela, a depender do passo da alfabetização em que ela está. Se a criança ainda não lê, ela deve, pelo menos, acompanhar a leitura com o dedo nas palavras. Durante a contagem o terapeuta deve, ainda, pedir respostas que garantam a atenção e participação da criança. Por exemplo, em cada página do livro o terapeuta pode pedir que a criança aponte (repertório de ouvinte – identificação) e/ou nomeie (repertório de falante – tato) personagens ou itens do cenário. Com crianças que tenham o repertório verbal mais desenvolvido pode-se, ainda, estimular respostas intraverbais, como “Está de noite ou de dia?”, “Onde morava o Pinguim?”, “Que cor é o lobo?”, etc. 
Em seguida o terapeuta pode pedir que a criança ordene as principais cenas da história, começando com 3 cenas e depois evoluindo para 5 a 7 cenas. Para isso, o terapeuta deve apresentar figuras com as principais cenas da história em ordem aleatória e mostrar cada uma para a criança. Em seguida a criança deve colocar as figuras na ordem em que ocorrem na história. Se necessário, o terapeuta deve dar ajuda física (pegando cada cena junto com a criança) ou gestual (apontando a próxima cena). Esta atividade vai garantir a compreensão da sequência lógica que permeia qualquer história, além de treinar esta habilidade que é fundamental para a compreensão de histórias, cenas e situações cotidianas. 
Com crianças autistas o apoio visual é sempre útil, por isso, pode ajudar bastante fazer a ordenação das cenas em uma prancha numerada e com quadros delimitados para cada cena, tal como exemplificado abaixo. 
Seguindo o sequenciamento visual feito na atividade anterior, a criança deve ser estimulada a verbalizar a sequência da história, utilizando as palavras de conexão como “primeiro, depois, então”. Os quadros ordenados servem de dicas para ela contar a história. Para isso, o terapeuta deve estimular que a criança coloque seu dedo em cada cena na medida em que vai contando a história. A depender do nível de alfabetização, peça para a criança escrever frases simples deste seu “resumo”. Este resumo escrito também pode ser feito com cópia, ou seja, o terapeuta escreve as frases que a criança falou durante o reconto da história e, depois, a criança copia seu próprio resumo. 
Outra atividade que contribui muito para a compreensão da história que está sendo trabalhada é a dramatização dos principais personagens e acontecimentos. Para isso, devem ser preparadas roupas ou acessórios característicos dos principais personagens. A criança deve preparar estes acessórios junto com o terapeuta, aproveitando para treinar habilidades grafomotoras como: recortar as orelhas do lobo; desenhar e recortar o chapéu do caçador; etc. Também pode-se utilizar brinquedos, miniaturas ou fantoches para a representação dos principais personagens. Depois da caracterização, a criança e o terapeuta devem encenar cada ato da história com diálogos básicos e curtos. O terapeuta deve dar as ajudas físicas e verbais (dica ecóica ou intraverbal) necessárias. 
Partindo para atividades de interpretação propriamente dita, o terapeuta pode elaborar de 3 a 4 questões sobre a história. Neste momento as questões devem ser sobre informações facilmente extraídas do texto, por exemplo, questões como: “Onde aconteceu?”, “Quem estava lá?”, “O que o personagem fez?”, etc. As respostas podem ser somente verbais; ou por escrito; ou ainda, a criança responde verbalmente, o terapeuta escreve a resposta e, em seguida, a criança a copia. 
Novamente buscando o apoio visual, sugere-se também fazer atividades de completar lacunas ou questões de múltipla escolha. O terapeuta deve desenvolver exercícios nos quais a criança vai preencher lacunas ou marcar um X na resposta correta, com informações que podem ser facilmente encontradas no livro. Aqui vale introduzir conceitos acadêmicos que estejam no currículo da escola, por exemplo: conceito de opostos; quantidades; estações do ano; formas geométricas; etc. Com crianças autistas, é interessante usar texto e imagens nas questões, como exemplificado abaixo. 
Com crianças mais velhas e mais avançadas no processo de alfabetização, pode-se também fazer questões que a estimulem a extrair informações das entrelinhas, criando hipóteses e entendendo o “porquê” das coisas. Nesta etapa o aplicador deve desenvolver perguntas que não podem ser diretamente respondidas com as dicas visuais do livro (Ex: “Quem era o porquinho mais esperto?”; “Porque a bruxa não gostava da Branca de Neve?”; etc.). Para responder a criança poderá reler partes do texto. 
As atividades de registro, comumente feitas em salas de aula regulares após a leitura de uma história, também são fundamentais. A partir do tema da história, a criança deve trabalhar em alguma atividade grafomotora, como: desenho com pontilhado; desenho livre; escrever os nomes dos personagens; recorte e colagem; etc. 
Os tablets também são um meio eficaz para estimular o interesse pela leitura e pela escrita, bem como para a aquisição da função social e comunicativa destas respostas. Existe uma infinidade de aplicativos que estimulam a leitura e a escrita, como: livrinhos virtuais que contam a história com áudio; treino da escrita de letras e palavras na tela do tablet; aplicativos nos quais a criança pode montar uma história usando fotos ou imagens da internet e digitando as frases; etc. 
Nesta fase da intervenção terapêutica e acadêmica, também sugere-se apresentar os diversos usos da leitura e da escrita, como: jornal – o adulto pode ler o caderno infantil ou alguma reportagem que envolva um tema do interesse da criança junto com ela, estimulando que ela leia as palavras-chave; livro – trabalhar os livros indicados na escola ou outros que sejam de interesse da criança com as atividades descritas acima; bilhete – estimular que a criança escreva bilhetes para os familiares e amigos da escola (usando ditado ou cópia como apoio, se necessário); e-mail – ensinar a usar o e-mail e mandar mensagem para pessoas que estão distantes; combinados – escrever combinados para a aula ou terapia e ler diariamente; etiquetas – colocar etiquetas escritas pela própria criança nos brinquedos, móveis e objetos da casa; propagandas – recortar e colar propagandas de alimentos preferidos e, depois, ir ao supermercado com esta “lista de compras” e comprar cada item; letra de música – a criança pode ajudar a encontrar a letra de uma música que goste muito na internet e, depois, ouvir a música e cantar junto com a letra na mão acompanhando com o dedinho em cada palavra (sugere-se usar letra bastão grande e destacar as palavras que a criança é capaz de ler); enunciados – nas lições de casa a criança deve ler os enunciados, compreender o que pedem e executar a tarefa; placar de jogos – em jogos coletivos podemos fazer um “placar” onde a criança deve escrever os nomes dos jogadores e sua pontuação no decorrer do jogo, no final ela deve dizer quem ganhou consultando o placar. 
Com estas e outras atividades que podem ser elaboradas a partir destas, vamos refinando a leitura e a escrita, dando função para este repertório, garantindo seu uso funcional no dia-a-dia e sua generalização para contextos naturais. 
Referências Bibliográficas: 
Bagaiolo, L. & Guilhardi, C. (2002). Autismo e preocupações educacionais: Um estudo de caso a partir de uma perspectiva comportamental compromissada com a Análise Experimental do Comportamento. In: Guilhardi, H. J., Madi, M.B. P., Queiroz, P. P., Scoz, M. C. (Org.) Sobre Comportamento e Cognição. 1ª Ed. Santo André: ESETEC, v. 10, p. 67-82. 
De Rose, J. C. (2005). Análise Comportamental da Aprendizagem da Leitura e Escrita. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, 1, 29-50. 
Souza, D. G. & De Rose, J. C. (2006). Desenvolvendo programas individualizados para o ensino de leitura. Acta Comportamentalia, 14, 77-98.

Fonte:

RIVED - Guia do Professor

RIVED -  Rede Interativa Virtual de Educação 

SEED - Secretaria de Educação à distância

Ministério da Educação


Alfabetização para Pessoas com Autismo 

Introdução 


O processo de alfabetização é muito mais do que reconhecer símbolos e letras, é saber interpretar o que está a sua volta com a leitura de mundo, como diz Freire (1993). Cada sujeito realiza essa aprendizagem de uma forma diferente. Esse aprender de formas diferenciadas também diz respeito às pessoas com deficiência (PD), que, em decorrência das especificidades de suas deficiências, elas aprendem os conteúdos de forma peculiar e cada uma apresenta características próprias como resposta ao trabalho pedagógico. Portanto, as diferentes deficiências geram necessidades e formas educativas especiais próprias, o que não é diferente em relação às síndromes. Este também é o caso de pessoas com autismo, foco maior deste Objeto de Aprendizagem. De acordo com Mello (2004), o autismo é uma síndrome que se caracteriza por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação. As pessoas com autismo apresentam, desde cedo, um distúrbio severo do desenvolvimento, principalmente relacionado à sua comunicação e interação social. Entretanto, em alguns casos, podem apresentar incríveis habilidades motoras, musicais, de memória e outras, que muitas vezes não estão de acordo com a sua idade cronológica. Gauderer (1997, p.108) afirma que em relação à educação,

“[...] é útil dividir a tarefa em pequenas etapas e, vagarosamente, construir o todo. Deve-se aproveitar ao máximo as situações do diaa-dia [...], transformando-as em oportunidades de ensino de forma a encorajar a criança a usar na prática os conhecimentos adquiridos.”

Fonte:
http://www.nec.fct.unesp.br/Admin/Utils/RIVED/Guia/GUIA%20DO%20PROFESSOR%20OA1%20EDUCACAO%20ESPECIAL.pdf


sábado, 11 de março de 2017

Estímulos do Ambiente

Por      Inspirados pelo autismo

Sistema sensorial de pessoas com autismo
COMO OS ESTÍMULOS DO AMBIENTE 
AFETAM AS PESSOAS COM AUTISMO
Autismo é a denominação dada a um conjunto de características derivadas de um desenvolvimento
neurobiológico atípico. Na atualidade, o autismo é referido como Transtorno do Espectro do
Autismo (TEA), termo que descreve um complexo grupo de transtornos de desenvolvimento
caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação e comportamento. Características
do autismo incluem alterações no desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação,
interesses restritos e comportamentos repetitivos.
O Espectro do Autismo é uma nomenclatura que indica uma ampla variação na sintomatologia e
graus de dificuldades ou habilidades. Como as características das pessoas no Espectro do Autismo
 podem variar amplamente, comportamentos relacionados ao autismo nem sempre são
 compreendidos adequadamente.
O processamento sensorial das pessoas com diagnósticos do espectro do autismo pode ser
diferenciado, e é comum notarmos, entre outras características, o aumento da sensibilidade ou
a diminuição da sensibilidade a determinados estímulos, o que no campo da Terapia Ocupacional
é chamado de “hipersensibilidade” ou “hipossensibilidade”. Muitas pessoas no espectro também
 apresentam dificuldade para filtrar os estímulos sensoriais, descartar o que for irrelevante e
organizar o que for relevante, e podem sentir-se sobrecarregadas.
O aumento ou a diminuição da sensibilidade, somados a uma dificuldade na filtragem e organização
dos estímulos, podem representar desafios sensoriais com impactos consideráveis para o bem-estar
das pessoas com diagnósticos do espectro doautismo em seu dia a dia. Assim, alguns ambientes 
considerados confortáveis para outros indivíduos podem ser extremamente desafiadores para as
pessoas que apresentam o transtorno.
Para que você possa compreender como os estímulos do ambiente afetam as pessoas com autismo, 
convidamos você a experimentar as sensações provocadas pelos vídeos abaixo. A seleção dos
vídeos foi feita a partir do site Mashable e de pesquisas no Youtube. As explicações sobre cada
vídeo foram traduzidas do site Mashable e do Youtube:

Acesse:
https://www.inspiradospeloautismo.com.br/como-os-estimulos-do-ambiente-afetam-as-pessoas
-com-autismo/

Intervenção Domiciliar

Como criar um programa domiciliar para uma criança, adolescente ou adulto com autismo?

A Inspirados pelo Autismo adota uma abordagem que pode ser utilizada pelos próprios pais no dia a dia com a criança.
Como ajudar crianças, adolescentes e adultos com autismo A nossa abordagem pode ajudar você a realizar as tarefas do cotidiano com a sua criança, a lidar melhor com comportamentos indesejados e a desenvolver habilidades específicas de sua criança através da realização de sessões “um para um” (um adulto por vez interagindo com a criança).
Para a aplicação dessa abordagem, propomos adaptações no ambiente físico quando necessário, a adoção de uma nova perspectiva sobre o autismo e a utilização de estratégias que promovam a construção de habilidades.
Nossa abordagem propõe uma maneira nova de se relacionar com a criança (o estilo responsivo de interação), e prepara os pais para identificar os melhores momentos para trabalhar com a criança em seu desenvolvimento, ajudando-os também a antecipar, evitar e controlar eventuais momentos de crise.
Sobre as sessões “um para um” que podem ser realizadas pelos próprios pais com suas crianças, elas podem acontecer em um quarto de brincar ou em um outro ambiente adaptado da casa.
Os pais são preparados para avaliar a criança (usando a Tabela de Habilidades da Inspirados pelo Autismo) e estruturar um programa domiciliar, ou seja, um plano de ação com sessões individuais com a criança através das quais os aspectos de seu desenvolvimento serão trabalhados.
Interação social, atenção compartilhada, desenvolvimento da comunicação, participação física, habilidades socioemocionais e acadêmicas podem ser trabalhadas nessas sessões, sendo bastante comum que os pais contem com o apoio de familiares, voluntários e profissionais em seus programas domiciliares.
A atuação multidisciplinar, o compartilhamento de informações e a adoção de um plano conjunto de ação são propostos em nosso trabalho, que valoriza o diálogo constante entre os pais, os profissionais que trabalham com a criança e a escola.
Todas estas pessoas podem aprender o estilo responsivo de interação e podem trabalhar em conjunto para que a criança alcance as metas estabelecidas em seu programa (como, por exemplo, a execução de tarefas cotidianas como usar o vaso sanitário, vestir-se ou escovar seus dentes; ou o desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação como o aumento do repertório expressivo de palavras ou o aumento da atenção compartilhada, etc.).
Veja a seguir um exemplo de passo a passo já utilizado por muitas famílias e saiba como criar um programa domiciliar e como aplicar com sucesso a nossa abordagem:

Informe-se


sexta-feira, 10 de março de 2017

LIVROS E TESES

100 LIVROS E TESES GRÁTIS SOBRE O AUTISMO

O autismo caracteriza-se pelo desenvolvimento atípico da interação social e da comunicação, bem como pela presença de um repertório restrito e estereotipado de atividades e interesses. Tendo em vista as limitações causadas pelo autismo, é de grande importância que haja um esforço para estimular o desenvolvimento da competência social (habilidade individual de iniciar e manter um bom relacionamento) e a interação das crianças que apresentam o transtorno com as demais. Assim, evidencia-se a importância da proposta de inclusão escolar. Para auxiliar pais e educadores com textos sobre o autismo, o Atividades para professores selecionou 100 livros e teses grátis sobre o Autismo para que possam baixar, estudar, saber mais sobre o assunto. Todo o material está disponível de forma gratuita na internet.

Fonte: