Estudo: os casos de autismo não estão aumentando
Julho 27, 2015
Praticamente ninguém tinha ouvido falar de autismo até 1975, quando a taxa de diagnósticos era de 1 em 5000. No entanto, em 2002, esse número aumentou vertiginosamente para 1 em 150. Em 2012, 1 em 68. Os pais começaram a culpar assubstâncias químicas liberadas por aviões , transgênicos evacinas que salvam vidaspelo aumento do número de casos de autismo. No entanto, as razões podem ser muito mais benignas do que as últimas teorias da conspiração sugerem, de acordo com um novo estudo publicado no American Journal of Medical Genetics.
O autismo está sendo mais diagnosticado do que nunca, mas isso não tem nada a ver com o número de crianças que realmente têm autismo. É um pouco confuso.(Foto: Getty Images)
O autismo não está aumentando - mas o diagnóstico de autismo sim.
Funciona assim: em 1975, os médicos examinavam todos os anos, milhares de crianças que exibiam sinais de autismo - os sintomas do espectro que qualquer médico moderno usaria para fazer o seu diagnóstico. Naquela época, os médicos geralmente classificavam crianças autistas como “intelectualmente deficientes” ou com “dificuldade de aprendizado”. Nos Estados Unidos, essas crianças recebiam atenção especial na escola sob o U.S. Individuals with Disability Education Act - a mesma atenção oferecida para crianças autistas - mas nunca foram oficialmente diagnosticados como “autistas”.
As taxas de estudantes com necessidades especiais estão caindo, mesmo com a alta no número de casos de autismo. (Imagem: Penn State University)Durante os últimos quinze anos, nosso entendimento do Transtorno do Espectro do Autismo evoluiu dramaticamente. Por causa de algumas controversas mudanças recentes, feitas no Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM-V), mais crianças do que nunca estão sendo diagnosticadas como autistas porque o que constitui o autismo foi redefinido. Isso pode fazer com que alguns pais acreditem que o autismo está aumentando, mesmo que isso não seja verdade.Os Centros para Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos têm falado isso há anos , mas até agora não havia muita ciência para apoiar esta afirmação. Em um novo estudo, pesquisadores mapearam o número de crianças que se beneficiaram de educação especial entre 2000 e 2010 e descobriram que, enquanto o número de crianças com necessidades especiais se manteve constante ao longo da década, o número de crianças diagnosticadas com autismo quintuplicou.Esse fato sugere que o aumento no número de casos de autismo vem ocorrendo por uma mudança nos critérios de classificação, não no número de pessoas que têm o transtorno. Em outras palavras, é provável que esse mesmo número de pessoas autistas sempre tenha existido nos Estados Unidos, mas elas não eram diagnosticadas como autistas. Agora que conseguimos entender melhor o autismo, ele está sendo diagnosticado com mais frequência.“O diagnóstico é muito complicado, o que afeta o entendimento da predominância do autismo e distúrbios relacionados,” disse Santhosh Girirajan, autor principal do estudo e professor de bioquímica da Universidade de Penn State, nos Estados Unidos. “Cada paciente é diferente e deve ser tratado como tal.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário