ASPECTOS COGNITIVOS DO AUTISMO
Os indivíduos com autismo têm uma preferência por raciocínios repetitivos
MEDICINA
18/09/2012
Por Portal Educação
No teste Wechsler de inteligência, os indivíduos autistas apresentam baixo desempenho em subtestes que requerem o uso da linguagem abstrata ou sequenciamento, enquanto nos subtestes que avaliam habilidades visuoespaciais e a memória apresentam melhores resultados.
Nota-se também que indivíduos com baixo rendimento de QI global, geral, apresentam diferença entre o QI de execução e o QI verbal, onde no QI verbal demonstram um funcionamento pior comparado com o QI de execução. Mas em indivíduos que obtêm melhor resultado no QI global não apresentam tanta discrepância ou ela é nula.
Muitas áreas cognitivas podem estar preservadas no quadro autista, que são chamadas ilhas de precocidade. Esse é um dos fenômenos mais fascinantes no autismo, essas “ilhotas de habilidades especiais”, que são áreas preservadas ou altamente desenvolvidas que chamam muito a atenção devido a todos os deficits encontrados. Muitas crianças, inúmeras vezes, têm habilidades prodigiosas, por exemplo, com os números, às vezes com música.
O perfil claro da avaliação cognitiva é marcado por deficits significativos no raciocínio abstrato, na sua integração social, na sua habilidade de formação de conceitos verbais e tarefas que exigem habilidades de raciocínio verbal e compreensão social (como no subteste compreensão da escala Wechsler de inteligência, que avalia capacidades de padrões sociais).
Os indivíduos com autismo têm uma preferência por raciocínios repetitivos e sequenciais, mais do que atividades de raciocínio e integração, o que mostra que esses indivíduos têm um aprendizado fragmentado, não completando diferentes partes de uma tarefa e situações, como se fixassem na parte e não no todo.
Eles preferem rotinas, o que pode estar relacionados com prejuízo na função executiva, demonstram também interesse por atividades repetitivas de memória verbal, em vez de tarefas de raciocínio conceitual e social.
Como apresentam prejuízos na função executiva. Essa falha pode apontar para possíveis disfunções pré-frontais, o que acarreta distúrbios no controle atencional e perseverações.
A alteração na função executiva acaba resultando em dificuldades de planejamento de manutenção em um objetivo em mente, enquanto executam os passos dessa tarefa, dificuldades em aprendizado por feedback e dificuldades em inibir respostas irrelevantes e ineficientes.
O transtorno autista é um transtorno neuropsiquiátrico com sinais e sintomas intrigantes. Suas principais características são perdas em funções e ações essenciais para a sobrevivência e importantes para o processo de civilização.
Os estudos das funções cognitivas podem contribuir para uniformizar o diagnóstico, ajudando e mostrando o caminho assim dizendo para possíveis alvos terapêuticos, ajudando também no desenvolvimento científico e, claro, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus cuidadores.
Mas é evidente que precisamos pesquisar muito ainda a esse respeito, mesmo que o objetivo final de encontrar uma compreensão fisiopatológica e ajudar no desenvolvimento de novas estratégias de tratamento e de prevenção esteja no caminho sabemos que foram dados apenas os primeiros passos para a busca de uma melhor compreensão desses intrigantes quadros.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário