quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Aspectos cognitivos do Autismo

ASPECTOS COGNITIVOS DO AUTISMO

Os indivíduos com autismo têm uma preferência por raciocínios repetitivos
Os indivíduos com autismo têm uma preferência por raciocínios repetitivos

MEDICINA

18/09/2012
Por Portal Educação
No teste Wechsler de inteligência, os indivíduos autistas apresentam baixo desempenho em subtestes que requerem o uso da linguagem abstrata ou sequenciamento, enquanto nos subtestes que avaliam habilidades visuoespaciais e a memória apresentam melhores resultados.

Nota-se também que indivíduos com baixo rendimento de QI global, geral, apresentam diferença entre o QI de execução e o QI verbal, onde no QI verbal demonstram um funcionamento pior comparado com o QI de execução. Mas em indivíduos que obtêm melhor resultado no QI global não apresentam tanta discrepância ou ela é nula.

Muitas áreas cognitivas podem estar preservadas no quadro autista, que são chamadas ilhas de precocidade. Esse é um dos fenômenos mais fascinantes no autismo, essas “ilhotas de habilidades especiais”, que são áreas preservadas ou altamente desenvolvidas que chamam muito a atenção devido a todos os deficits encontrados. Muitas crianças, inúmeras vezes, têm habilidades prodigiosas, por exemplo, com os números, às vezes com música.

O perfil claro da avaliação cognitiva é marcado por deficits significativos no raciocínio abstrato, na sua integração social, na sua habilidade de formação de conceitos verbais e tarefas que exigem habilidades de raciocínio verbal e compreensão social (como no subteste compreensão da escala Wechsler de inteligência, que avalia capacidades de padrões sociais).

Os indivíduos com autismo têm uma preferência por raciocínios repetitivos e sequenciais, mais do que atividades de raciocínio e integração, o que mostra que esses indivíduos têm um aprendizado fragmentado, não completando diferentes partes de uma tarefa e situações, como se fixassem na parte e não no todo.

Eles preferem rotinas, o que pode estar relacionados com prejuízo na função executiva, demonstram também interesse por atividades repetitivas de memória verbal, em vez de tarefas de raciocínio conceitual e social.

Como apresentam prejuízos na função executiva. Essa falha pode apontar para possíveis disfunções pré-frontais, o que acarreta distúrbios no controle atencional e perseverações.

A alteração na função executiva acaba resultando em dificuldades de planejamento de manutenção em um objetivo em mente, enquanto executam os passos dessa tarefa, dificuldades em aprendizado por feedback e dificuldades em inibir respostas irrelevantes e ineficientes.

O transtorno autista é um transtorno neuropsiquiátrico com sinais e sintomas intrigantes. Suas principais características são perdas em funções e ações essenciais para a sobrevivência e importantes para o processo de civilização.

Os estudos das funções cognitivas podem contribuir para uniformizar o diagnóstico, ajudando e mostrando o caminho assim dizendo para possíveis alvos terapêuticos, ajudando também no desenvolvimento científico e, claro, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus cuidadores.

Mas é evidente que precisamos pesquisar muito ainda a esse respeito, mesmo que o objetivo final de encontrar uma compreensão fisiopatológica e ajudar no desenvolvimento de novas estratégias de tratamento e de prevenção esteja no caminho sabemos que foram dados apenas os primeiros passos para a busca de uma melhor compreensão desses intrigantes quadros. 
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.

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