terça-feira, 15 de março de 2016

Autistas e o uso de Tablets

Tablets transformam a vida de 

autistas e de seus familiares

Por: Julliane Silveira     Do UOL, em São Paulo  (02/04/2013)





  • A tela sensível ao toque é de fácil uso, estimula a concentração e chama atenção com cores e animações
É das tecnologias mais recentes que surge um novo caminho para melhorar a comunicação dos autistas: aplicativos executados em tablets têm gerado transformações importantes na maneira como crianças com autismo se comunicam.  "Meu filho não fala nenhuma palavra ainda, mas a comunicação visual melhorou muito. Passou a prestar atenção em tudo, antes mal olhava nos meus olhos! Está mais carinhoso e atento com os familiares", conta a bióloga Daniela Bolzan, 29, mãe de Gabriel, 4.

A tela sensível ao toque é de fácil uso, estimula a concentração (difícil para esses pacientes) e chama atenção com cores e animações. "Tanto profissionais quanto familiares podem usar o tablet e os estudos têm mostrado que o aparelho é eficaz", diz o psiquiatra Estevão Vadasz, coordenador do Programa de Transtornos do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Jogos e exercícios se tornam complemento das terapias realizadas com profissionais. Não há contraindicação: crianças de qualquer idade podem se beneficiar dos gadgets.
O jornalista Paiva Junior, 36, tem um filho autista, hoje com cinco anos, e descobriu nos tablets uma forma de fazê-lo se interessar por assuntos considerados meio "chatos", como a aprendizagem de letras e primeiras palavras. "A coordenação motora dele também melhorou muito", diz.             

O contato com outros pais o levou a criar um curso, há seis meses, para ajudar as famílias de autistas a usar o gadget de forma mais eficaz. Os pedidos para curso crescem cada vez mais: Paiva Júnior tem workshops agendados na capital e no interior de São Paulo e em outras cidades do Brasil.

Até a Apple, fabricante do iPad, percebeu a demanda e incluiu um recurso direcionado para autistas no sistema IOS 6, lançado no ano passado. O acesso guiado permite aos adultos que bloqueiem teclas e restrinjam o uso do tablet enquanto a criança faz os exercícios no aplicativo.

Isso impede, por exemplo, que a pessoa "fuja" para o YouTube durante uma atividade. "Como a dificuldade de concentração é forte, esse é um recurso excelente", avalia Paiva Junior.
Especialistas e pais de autistas lembram que o tablet, sozinho, não faz mágica. É preciso supervisão durante as atividades. Eles recomendam que a criança use o equipamento de uma a duas horas ao dia, de preferência antes do jantar, porque a luminosidade da tela pode atrapalhar o sono.
Outra dica valiosa é testar, também, produtos que não sejam específicos para autistas. 
Leia mais, acesse:

segunda-feira, 14 de março de 2016

Autismo e Tecnologia




Educação Brasil
Por: dicyt.com em 23/fev/12
Saúde

Tecnologia pode ajudar no tratamento de pessoas com autismo

Atração de crianças autistas por equipamentos tecnológicos tem sido aproveitada para o desenvolvimento de técnicas de ensino mais eficazes
Aline Naoe ComCiência/Labjor/DICYT A atração de crianças autistas por dispositivos tecnológicos é frequentemente relatada por pais e médicos. Nos últimos anos, esse fascínio tem sido aproveitado pelos pesquisadores para o desenvolvimento de técnicas de ensino mais eficazes, por exemplo, com o uso de vídeos, PDAs (espécie de mini-computador) e realidade virtual. O espectro autista envolve, além do autismo, a Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett e outros distúrbios caracterizados pelo desenvolvimento deficiente, que afeta habilidades de fala e interação social e, em alguns casos, perda das habilidades motoras.

O uso da tecnologia no tratamento indivíduos com distúrbios do espectro autista é um dos temas de estudo da psicóloga Linda LeBlanc, professora da Universidade de Auburn. A pesquisadora esteve no Brasil no mês de janeiro para participar da Escola São Paulo de Ciência Avançada: Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista, evento organizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde falou sobre as vantagens e cuidados na incorporação da tecnologia em intervenções de comportamento.

Segundo LeBlanc, automatizar determinadas intervenções utilizando a tecnologia pode aumentar sua precisão e consistência, o que pode tornar o tratamento mais eficaz, além de reduzir tempo e custos. “Além disso, a tecnologia nos permite ensinar certos tipos de habilidades com segurança quando o treinamento ao vivo seria difícil ou perigoso. Por exemplo, quando ensinamos uma pessoa a atravessar a rua em um ambiente virtual em vez de no mundo real com automóveis reais”, comenta a pesquisadora.

LeBlanc, no entanto, chama a atenção para o fato de que somente quando bem utilizada a tecnologia pode oferecer vantagens no tratamento do comportamento autista. Segundo a psicóloga, é preciso que a tecnologia dos dispositivos eletrônicos permita utilizar também o que há de melhor na tecnologia que é a aplicação prática do conhecimento. Além desse questionamento, ela aponta que é preciso fazer mais duas questões: se as necessidades clínicas coincidem com as vantagens que a tecnologia pode oferecer e se temos o conhecimento necessário, tanto da tecnologia em si como da tecnologia do tratamento comportamental. “Se a resposta a todas essas perguntas é sim, definitivamente devemos usar a tecnologia”, afirma.

Para a cientista, os princípios básicos do comportamento devem ser incorporados na concepção e implementação de intervenções baseadas na tecnologia, para que elas sejam mais eficazes e não representem somente a substituição do esforço humano. “Novas tecnologias são constantemente desenvolvidas, de modo que precisamos constantemente avaliar novos produtos e estratégias. O importante é verificar quais características da tecnologia são necessárias para produzir bons efeitos”, diz LeBlanc.

Fonte:
http://www.dicyt.com/noticia/tecnologia-pode-ajudar-no-tratamento-de-pessoas-com-autismo

domingo, 13 de março de 2016

Ideias para rotina

No site Slide Share Simone Helen Drumond Ischkanian postou ideias para elaborar uma rotina diária.
Confiram:




ROTINA PARA AUTISTA

Por:  Telma


 O que é Rotina?

A Rotina é um instrumento que demanda uma sequência de ações ou atividades cuja  a função é  antecipar os acontecimentos do dia a dia de maneira organizada possibilitando autonomia e segurança para a criança autista. Deve ser elaborada de acordo com as suas  necessidades /e ou interesses.

No espaço escolar, um quadro com a rotina é essencial para o  trabalho com alunos autistas. Ela vai nortear todas as ações dentro da escola, contribuindo para antecipar as atividades diárias, ampliando a comunicação e estimulando a interação do aluno com seus pares, visto que os benefícios serão  compartilhados com todos, especialmente por alunos com idade da educação infantil e das primeiras séries do ensino fundamental. Podemos utilizar um quadro de rotina para  os  espaços do contexto escolar onde as atividades forem realizadas: sala comum, no Atendimento Educacional Especializado- AEE, biblioteca, sala de informática e outros.

Sem a Rotina, a adaptação do autista é difícil e demorada. As imagens  devem  ser feitas do ambiente em que o autista transita e das pessoas com quem ele convive,  evitando que o mesmo se desestabilize quando ocorrerem  mudanças na sua rotina. 
Isso os deixa menos  ansiosos,  mais participativos, os impulsiona a comentarem entre si as regras e o momento certo de fazer as tarefas, e o professor acaba por trabalhar regras e limites, promovendo a participação de todas as crianças.
Para o autista, a Rotina garante saber o que vem depois, estimula aprender a esperar, aumentando a atenção e concentração, promovendo a organização do seu cotidiano.

Exemplo: Entrada- Oração- Atividade - Higiene - Lanche - Recreio - Jogos - Saída.
 
Fonte:

sexta-feira, 11 de março de 2016

Revista Interdisciplinar de estudos da cognição

Ciências & Cognição

O  periódico Ciências & Cognição (Cien. Cogn.) é a publicação científica oficial da Organização Ciências e Cognição (OCC) e Ciências e Cognição - Núcleo de Divulgação Científica e Ensino de Neurociência (CeC-NuDCEN, da UFRJ). Seu foco é o estudo da cognição e seus processos, a partir do olhar interdisciplinar estabelecendo um diálogo acadêmico entre as chamadas Ciências Cognitivas. Possui índice h5 = 9; Mediana h5 = 13 (https://goo.gl/fvdgn3). No QUALIS 2014, por sua proposta interdisciplinar, está presente em múltiplos comitês de avaliação, sendo as maiores avaliações (já atualizadas): B1 em Psicologia; B2 em Educação, Ensino, Enfermagem; B3 em Filosofia; B4 em Engenharia III; B5 em Medicina II, Química, Administração, Ciências Contábeis e Turismo.
Aguarda a atualização da avaliação nos comitês a seguir, tendo sido sua última avaliação: B2 - Interdisciplinar, Planejamento Urbano e Regional, Demografia; B3 em: Ciências Sociais Aplicadas I, Artes e Música, História. B4 em: Saúde Coletiva, Odontologia, Sociologia, Arquitetura e Urbanismo; B5 em: Medicina I, Antropologia/Arqueologia, Engenharia IV, Educação Física, Letras/Linguística.
Fonte:

[Livro] Caminhos da Neuroeducação

CAMINHOS DA NEUROEDUCAÇÃO (2a. Edição)
O livro apresenta um apanhado de estudos que exploram as múltiplas possibilidades de abordagem do encontro entre os campos da educação, psicologia e neurociências.
Caminhos da Neuroeducação
Caminhos da Neuroeducação
Glaucio Aranha e Alfred Sholl-Franco (Org.)
I.S.B.N.: 978-85-911222-0-2
Cód. Barras: 9788591122202
Altura: 21 cm.
Largura: 14 cm.
Edição : 2a. Edição
País de Origem : Brasil
Idioma : Português
Número de Paginas : 144
Categoria: Educação / Neurociências
Sinopse:
A Neuroeducação surge em um espaço de fronteiras entre as neurociências, a psicologia e a educação. Trata-se de um campo ainda jovem, entretanto que vem mobilizando o interesse de estudiosos que buscam neste encontro de áreas a possibilidade de promover intercâmbios teórico-metodológicos que levem a descobertas significativas para o entendimento de temas como desenvolvimento cognitivo, atenção, motivação, emoção, aprendizagem, memória e linguagem, dentre muitos outros que se mostram essenciais para a constituição do indivíduo e de uma sociedade.
Os textos que compõem a presente obra desenvolvem reflexões a cerca da temática neuroeducação. Organizam-se em torno de três eixos temáticos: Bases e Desafios para a Neuroeducação (capítulos 1 a 4); Neuroeducação, Linguagem e Cognição (capítulos 5 a 7); e, por fim, Neuroeducação e Aprendizagem(capítulos 8 a 11).
Sumário
Prefácio (Gláucio Aranha e Alfred Sholl-Franco)
Neuroeducação: caminhos e desafios (Alfred Sholl-Franco, Talita da Silva de Assis e Camila Marra)
Jovens e novas formas de cognição: derrubando estereótipos (Lucilia Augusta Lino de Paula)
A Tecnologia Assistiva como facilitadora do processo de ensino e aprendizagem: uma parceria do Instituto Helena Antipoff e a Terapia Ocupacional da UFRJ (Miryam Bonadiu Pelosi)
Aprendizagem do adulto educador: plasticidade em redes rizomáticas de formação, via ambientes online (Adriana Rocha Bruno)
Vida, cognição e linguagem (Luiz Antonio Botelho Andrade)
Preditores para o sucesso acadêmico em estudantes (Adriana Benevides Soares)
Representação mental da linguagem e ensino de língua (Celso Vieira Novaes)
Corpo e cognição na aprendizagem (Martha Aracy Lovisaro do Nascimento)
Psicologia e educação cognitiva: uma nova perspectiva sobre a deficiência intelectual (Ana Cristina Barros da Cunha)
Divulgação e alfabetização científica: o papel do pesquisador na difusão do conhecimento científico (Lucianne Fragel-Madeira e Glaucio Aranha)
Psiquiatria da infância e da adolescência: gene, cérebro, ambiente e individualidade(Elisabete Castelon Konkiewitz e Paulo Estevão Andrade)

Fonte:

Percepção musical em crianças autistas

Percepção musical em crianças autistas: melhora de funções interpessoais- por Bruna Luiza Guerrer, Jaqueline Lima de Menezes


Resumo
Estudos sugerem que as áreas do processamento da linguagem em indivíduos autistas têm ativação reduzida. Além disso, estes apresentam anormalidades em circuitos cerebrais, como: atraso no desenvolvimento maturacional dos circuitos do sistema límbico, número diminuído de células de Purkinje no cerebelo, aumento do volume do córtex frontal, dentre outras. No entanto, apesar destas anormalidades, as habilidades musicais são frequentemente preservadas. As regiões cerebrais associadas à linguagem e à música se sobrepõem,  o que sustenta a possibilidade de reabilitação desta através da música, que traz ainda eficaz melhoria no comportamento social e comunicativo através do aumento da atenção compartilhada. Pesquisas apontam benefícios da música na neuroplasticidade e provam que intervenções baseadas em música podem ser usadas para fortalecer conexões entre as regiões frontal e temporal, que apresentam anormalidades nos autistas. Atividades relacionadas à música envolvem imitação e sincronização, levando à ativação de áreas que contêm neurônios-espelho e proporcionando o desenvolvimento da cognição social, tarefas nas quais indivíduos autistas tipicamente mostram dificuldades.

Palavras – chave: autismo, neurônio-espelho, música, neuroplasticidade.



Música, Autismo e Teoria da Mente
Atribuir estados mentais é talvez uma das formas mais complexas de raciocínio que envolve seres humanos (Kana et.al., 2009). A Teoria da Mente é referida como a capacidade de atribuir estados mentais como crenças, desejos, conhecimentos e pensamentos a outras pessoas e predizer ou explicar o comportamento das mesmas em função destas atribuições (Baron-Cohen et. al.,1985). Crianças com desenvolvimento típico geralmente mostram evidências da Teoria da Mente em torno de quatro anos de idade quando começam a compreender as perspectivas de outras pessoas (Molnar-Szakacs et. al., 2009). O prejuízo na Teoria da Mente no autismo muitas vezes resulta em dificuldades de comunicação e interação que sustentam a vida cotidiana, apresentando um pobre desenvolvimento social, imaginário e comunicativo (Kana et.al., 2009).Déficits sociais específicos entre os indivíduos com transtorno autista geralmente incluem dificuldades em expressar emoções, compreender as emoções dos outros e empatia, bem como a incapacidade de interpretar os sinais sociais, avaliar a formalidade de eventos sociais, e agir em conformidade. A incapacidade de entender as expressões emocionais dos outros e responder apropriadamente impede o desenvolvimento de relações interpessoais significativas, colocando-os em risco de rejeição social (Frith, 2004; Baron-Cohen, 1995). A imaginação é relevante para a teoria da mente, uma vez que envolve a construção e a compreensão de um mundo irreal. Um estudo de crianças com autismo investigou a capacidade de desenhar objetos irreais ou impossíveis (como uma pessoa com duas cabeças), e descobriu que crianças com autismo ou eram relutantes ou menos capazes de produzir tais desenhos. No entanto, há evidência de persistentes deficiências na imaginação em crianças com autismo em uma série de tarefas não restritas ao desenho, como contar histórias, e medidas de criatividade padrão (Baron-Cohen, 1995). Décadas de pesquisa em musicoterapia têm indicado que a música facilita e apóia o desejo de crianças autistas de se comunicar. Algumas das áreas de melhoria verificadas incluem: aumento adequado dos comportamentos sociais, estereotipia, aumento de verbalizações, gestos e compreensão, e aumento dos atos comunicativos e engajamento com os outros, entre outros efeitos positivos (Wigram; Gold, 2006; Molnar-Szakacs et. al., 2009 ).


Conclusão
A musicoterapia direcionada ao autismo mostrou grandes benefícios na melhoria da capacidade de resposta interpessoal. Estes resultados foram observados mediante o desenvolvimento das áreas relacionadas à linguagem e comunicação, aumento da atenção compartilhada e estimulação das respostas de neurônios-espelho. A musicoterapia proporciona prazer, promoção intelectual e emocional, interação com outras pessoas, treinamento de habilidades lingüísticas e motoras, além de ser livre de efeitos colaterais. Entretanto, futuros estudos nesta área devem ser estimulados para proporcionar uma avaliação mais aprofundada destas hipóteses.
 Bruna Luiza Guerrer, Jaqueline Lima de Menezes-acadêmicas do curso de Medicina-FCS-UFGd-XIIa turma


Para ler mais, acesse:

Autismo - Casa de David

Autismo é hoje considerado uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de desenvolvimento (Gillberg, 1990). Ele é caracterizado por um déficit social visualizado pela inabilidade em relacionar-se com o outro, usualmente combinado com déficits de linguagem e alterações de comportamento (Gillberg, 1990). O DSM III-R (1989) é relatado como um quadro iniciado antes dos três anos de idade, com prevalência de quatro a cinco crianças em cada 10.000, com predomínio mais em indivíduos do sexo masculino (3:1 ou 4:1) e decorrente de uma vasta gama de condições pré, peri e pós-natais. Para seu diagnóstico, pelo DMS III-R (1989) fazem-se necessários ao menos oito dos dezesseis itens seguintes, incluindo-se pelo menos dois itens do grupo A, um do B e um do C.
capa_cartilha_autismo
Veja a versão on-line da Cartilha sobre Autismo
Incapacidade qualitativa na interação social recíproca manifestada pelo seguinte:
  • Acentuada falta de alerta da existência ou sentimentos dos outros;
  • Ausência ou busca de conforto anormal por ocasião de sofrimento;
  • Imitação ausente ou comprometida;
  • Jogo social anormal ou ausente;
  • Incapacidade nítida para fazer amizade com seus pares.
Incapacidade qualitativa na comunicação verbal e não verbal e na atividade imaginativa, manifestada pelo seguinte:
  • Ausência de modo de comunicação como balbucio comunicativo, expressão facial, gestos, mímicas ou linguagem falada;
  • Comunicação não verbal acentuadamente anormal. Como no olhar fixo olho-no-olho, expressão facial, postura corporal ou gestos para iniciar ou modular a interação social;
  • Ausência de atividade imaginativa como representação de papéis de adultos, personagens de fantasia ou animais; falta de interesse em histórias sobre acontecimentos imaginários;
  • Anormalidades marcantes na produção do discurso, incluindo volume, entonação, estresse, ritmo, velocidade e modulação;
  • Anormalidades marcantes na forma ou conteúdo do discurso, incluindo o uso estereotipado e repetitivo da fala; uso do “você” quando o “eu” é pretendido; ou freqüentes apartes irrelevantes;
  • Incapacidade marcante na habilidade para iniciar ou sustentar uma conversação com os outros, apesar da fala adequada.
Repertório de atividades e interesses acentuadamente restritos,
manifestados pelo que se segue:
  • Movimentos corporais estereotipados como, por exemplo, pancadinhas com as mãos ou rotação, movimentos de fiação, batimentos da cabeça, movimentos complexos de todo o corpo;
  • Insistente preocupação com parte de objetos ou vinculação com objetos inusitados;
  • Sofrimento acentuado com mudanças triviais no aspecto do ambiente, por exemplo quando um vaso é retirado de sua posição usual;
  • Insistência sem motivo em seguir rotinas com detalhes precisos, por exemplo insistência em seguir exatamente sempre o mesmo caminho para as compras;
  • Âmbito de interesse marcadamente restrito e preocupação com um interesse limitado, por exemplo, interessado somente em enfileirar objetos, em acumular fatos sobre meteorologia ou em fingir ser um personagem de fantasia.

Início na primeira infância

Especificar o início na primeira infância (após os 36 meses de vida). Entretanto, diversos autores, entre os quais Wing (1988), apresentaram a noção de autismo como “continuum” sintomatológico, dependente do comprometimento cognitivo. Essa abordagem reforça a tendência de abordar-se o autismo não mais como uma entidade única, mas sim como um grupo de doenças, embora traga implícita também a noção de autismo relacionada primariamente a déficits cognitivos.

Autismo e doenças genéticas e neurológicas

O autismo é visto atualmente como uma síndrome definida comportamentalmente com déficits neurológicos de etiologias nem sempre definidas. Podemos para fins didáticos, listar os seguintes problemas, de ordem genética e neurológica, envolvidos no autismo infantil:
  • Infecções pré-natais – Rubéola congênita, sífilis congênita, toxoplasmose, outras (citomegaloviroses);
  • Hipoxia neonatal;
  • Infecções pós-natais – Herpes simplex;
  • Déficits sensoriais;
  • Espasmos infantis – síndrome de West;
  • Doença de Tay- Sachs;
  • Síndrome de Rett;
  • Fenilcetonúria;
  • Esclerose tuberosa;
  • Neurofibromatose;
  • Síndrome de Cornelia De Lange;
  • Síndrome de Willians;
  • Síndrome de Moebius;
  • Mucopolissacaridoses;
  • Síndrome de Down;
  • Síndrome de Turner;
  • Síndrome do X frágil;
  • Outras alterações cromossômicas;
  • Hipomelanose de Ito;
  • Síndrome de Zunich;
  • Intoxicações diversas.
A pesquisa diagnóstica dos quadros de autismo depende, portanto, de uma avaliação que pode ser sistematizada da seguinte maneira, de acordo com aquilo que expusemos até o presente momento:
  • História cuidadosa com fatores hereditários, pré, peri e pós-natais, bem como de problemas associados;
  • Estudo neuropsiquiátrico envolvendo estudo do desenvolvimento, exames neurológicos, psiquiátricos e físicos (pele, coluna, genitais), anomalias físicas bem como avaliação psicométrica;
  • Testes de audição;
  • Exame oftamológico;
  • Cultura cromossômica, inclusive em meio adequado para pesquisa de X frágil;
  • TAC ou ressonância magnética;
  • EEG;
  • Potenciais evocados;
  • LCR;
  • Cálcio urinário;
  • Ácido úrico;
  • TORCH;
Exclusão, através de testes específicos, de fenilcetonúria e mucopolissacaridoses, bem como de outros erros inatos do metabolismo.
Essa avaliação clínico-laboratorial possibilita a pesquisa das etiologias citadas até o presente, após ter sido estabelecida a suspeita clínica, considerando-se a complexidade dos quadros autísticos e a impossibilidade de estabelecermos um diagnóstico etiológico exclusivamente através de uma abordagem clínica.

Tratamento

Não se pode falar em cura para o autismo. O indivíduo autista pode ser tratado e desenvolver suas habilidades de uma forma muito mais intensiva do que outra pessoa que não tenha o diagnóstico e então se assemelhar muito a essa pessoa em alguns aspectos de seu comportamento, mas sempre existirá sua dificuldade nas áreas caracteristicamente atingidas pela síndrome, como comunicação, interação social, etc. De acordo com o grau de comprometimento, a possibilidade de o autista desenvolver comunicação verbal, interação social, alfabetização e outras habilidades relacionadas dependerá da intensidade e adequação do tratamento. Mas é intrínseco à sua condição de autista que ele tenha maior dificuldade nestas áreas do que uma pessoa “normal”.
No entanto, superar a barreira que isola o indivíduo autista do “nosso mundo” não é um trabalho impossível. Apesar de manter suas dificuldades, o indivíduo autista, dependendo do grau de comprometimento, pode aprender os padrões “normais” de comportamento, exercitar sua cidadania, adquirir conhecimento e integra-se de maneira bastante satisfatória à sociedade.http://casadedavid.net.br/autismo/

quinta-feira, 10 de março de 2016

Marc Segar


 A Survival Guide for Peaple with Asperger Syndrome



Fonte:

Considerações sobre a sexualidade do autista

Por: Thiago de Almeida





Fonte:

Autismo, Relacionamento e Sexualidade

Apenas autistas com grau mais leve conseguem ter relacionamento amoroso

Autistas bem estimulados desde a infância encontram menos dificuldade em lidar com relações e sexualidade

ARTIGO DE ESPECIALISTA PUBLICADO EM 20/01/2014

foto especialista
Dra. Evelyn Vinocur 
PSIQUIATRIA - CRM 303514/RJ
ESPECIALISTA MINHA VIDA
autismo faz parte dos Transtornos do Espectro Autista e é uma disfunção global do desenvolvimento humano, que se inicia na infância e que se caracteriza tanto por déficits na comunicação e interação sociais como pelo comprometimento no comportamento, interesses e atividades restritas e repetitivas. Afeta cerca de 1% da população e se divide em tipos leves, moderados e graves. Mesmo o autismo sendo leve, não há cura. 
Antigamente não víamos tantos autistas como hoje, muito por conta da ausência de uma classificação precisa para os distúrbios mentais, como existe atualmente. Entretanto, o preconceito ainda é grande. Mas é bom lembrar que ao contrário do que muitos pensam, o autismo pode não ser uma sentença única e condenatória para a pessoa, já que muitos autistas vivem uma vida praticamente normal. 
Ainda assim, mesmo com todos os avanços advindos da neurociência sobre o autismo, muito ainda há que ser entendido sobre o assunto, fazendo do autismo, um tema polêmico, desafiador e instigante. Um dos pontos polêmicos quando a questão é autismo é o da sexualidade do autista. E a pergunta é: O autista pode ter um relacionamento amoroso? 

Para ler mais acesse:

quarta-feira, 9 de março de 2016

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A EDUCAÇÃO DE AUTISTAS


Sílvia Ester Orrú
Fundação de Encino Octavio Bastos, Brasil


O autismo, segundo Gillberg (1990) é uma "síndrome comportamental com etiologias múltiplas e
curso de um distúrbio de desenvolvimento". Tem como característica sintomática a tendência ao isolamento.

De acordo com a ASA - Autism Society of América, (1999) ,"o autismo é um distúrbio de desenvolvimento, permanente e severamente incapacitante". Contudo, embora haja limitações e inabilidades, antes de ser autista, esse indivíduo é um ser humano.

Na falta de um trabalho multidisciplinar que veja a pessoa com autismo como um ser bio-sociopsico-
histórico-cultural, a mesma perpassa pelo estigma das incapacidades e inabilidades como sendo os
definidores de seu destino durante toda sua vida. 

Logo, leva-se em conta muito mais os aspectos sintomáticos da síndrome do que a procura de estratégias interventivas para a superação das dificuldades encontradas. A exclusão social do autista emerge das concepções pré-conceituadas a respeito das “coisas” que essa pessoa não consegue fazer.

Fonte:

A Educação Física Escolar e a Psicomotricidade do Autista




A Educação Física Escolar a partir da abordagem
psicomotora: foco no autismo

La Educación Física Escolar a partir del abordaje psicomotor: un enfoque sobre el autismo

Michele Pereira de Souza da Fonseca*

Ana Carla Leocadio de Magalhães**

Michelle de Souza Ribeiro**

*Professora da EEFD-UFRJ. Mestre em Educação. PPGE-UFRJ
**Licenciada em Educação Física. EEFD-UFRJ
(Brasil)






Resumo
          A psicomotricidade procura entender a relação do corpo com o meio, e considera que as atividades físicas em geral não possuem apenas benefícios fisiológicos, mas também psicomotores. Dentre as funções psicomotoras, o desenvolvimento do esquema corporal se faz importante uma vez que é fundamental para a formação da criança, já que é através das ações, que ela se comunica com o mundo. Dessa forma, a educação física escolar, a partir de uma abordagem psicomotora, contribui para a formação do indivíduo em sua totalidade. Essa proposta parece interessante no que se refere ao trabalho com grupos especiais, como os autistas, uma vez que pessoas com este transtorno apresentam ações comportamentais que incluem déficits qualitativos na comunicação e na interação social, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e um repertório restrito de interesses e atividades. Sendo assim, este estudo tem como objetivo discutir a importância da abordagem psicomotora, na educação física escolar, para crianças autistas. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica a fim de trazer maiores esclarecimentos à cerca do autismo, da psicomotricidade e da educação física escolar, sobretudo no que se refere ao trabalho com crianças que apresentam este tipo de transtorno. Ao final da pesquisa bibliográfica, foi concluído que o trabalho da psicomotricidade nas aulas de Educação física possibilita maior controle de atos motores e da coordenação gestual do cotidiano, o que facilita a relação do autista com o meio em que vive e as pessoas que o cercam.
          Unitermos: Psicomotricidade. Autismo. Educação Física escolar.



Fonte:

Transtorno do Espectro Autista E a atuação do Psicólogo


Autores: 
 Beatriz Salvador De Oliveira        Daniela Nascimento         Gabriel Melchior 
 Geiscislaine Laís Martins             Jean Pablo Esteves          Jeane Oliveira Santos 
 Natália Caroline                            Nathália Ferrari                 Rhayenne Dellamaris 

Publicado na Edição de:       Agosto de 2014

Resumo: 
Buscou-se neste trabalho discutir o Autismo e seus enfoques de identificação e tratamento. A palavra autismo vem do grego “autos” que significa a “de si mesmo” ou “próprio” e começou a ser usada em 1906. O autismo se apresenta como uma anormalidade específica à condição cerebral, de origem complexa, assumindo-se como um transtorno no seu desenvolvimento comportamental.Este trabalho é resultado de uma pesquisa de natureza bibliográfica de caráter qualitativo. Ao longo do desenvolvimento do artigo pode ser percebido os inúmeros programas e métodos que existem para lidarem com o Transtorno do Espectro do Autismo. As técnicas ABA e TEACCH, cada qual com suas características, mas podendo trabalhar em conjunto; são amplamente utilizadas e respaldadas não somente pelos profissionais que as desenvolveram, mas também pelas instituições que fazem delas instrumentos de capacitação e socialização autista.
Palavras-chave: Autismo, Asperger, Transtorno do Espectro Autista, Psicologia Clínica
Fonte:
https://psicologado.com/atuacao/psicologia-clinica/a-atuacao-do-psicologo-com-o-transtorno-do-espectro-autista

Formação Moral no Sujeito Autista

O Desenvolvimento da Formação Moral 
no Sujeito Autista: 
Um Estudo Exploratório.


Autora: Maria Cecília Bérgamo Braga
Pedagoga, mestra e doutora em Educação pela Unesp-Marilia.

RESUMO
Este trabalho buscou caracterizar quanto ao seu desenvolvimento moral, um adolescente autista de alto funcionamento, usando a teoria Piagetiana (1930/ 1995) como referencial teórico principal. Foram entrevistadas a mãe, a professora e a diretora da escola onde o sujeito atualmente estuda. Além disso, foi solicitado a refletir sobre dilemas morais elaborados sobre temas relativos ao seu cotidiano. A análise dos dados revelou que o sujeito encontra-se em fase de heteronomia principalmente para as ações que envolvam valores morais e convenções sociais, embora demonstre ter consciência das regras envolvidas. Considera-se que as dificuldades de interação e comunicação típicas do autismo, sua representação social marcada pela deficiência, além de intervenções escolares assistemáticas no campo da educação moral possam responder pelas características apresentadas pelo sujeito deste estudo.

Para ler o artigo, acesse:
http://www.profala.com/artautismo16.htm